Hoje fui à repartição de Finanças e, como escrevi (parte de) um livro, após várias consultas entre o senhor que me atendeu e o seu superior hierárquico, os gajos decidiram enquadrar o meu ramo de actividade na categoria de “outros artistas”. A partir daí comecei a sentir que algo mudava em mim, tornei-me mais sensível, faço introspecções criativas, recolho lírios dos jardins por onde passo (pronto, esta é exagero)… Bem, mas se uma instituição respeitável como esta me chama de artista, meus amigos, a partir de agora exijo ser tratado como tal. Quando for jogar à bola passar-me-ei a equipar num camarim, enquanto a restante equipa vai para o balneário, tomarei banho em leite de cabra e por aí fora…
Pelo caminho, enquanto reflectia sobre o estado da arte em Portugal e a falta de apoios por parte do Ministério da Cultura a talentos como EU (a presunção e a letra maiúscula são justificáveis já que adquiri recentemente personalidade e, o consequente, ego de artista), imaginei quem seriam os meus companheiros de ramo profissional. Partindo do princípio de que nos impressos das Finanças existe uma descrição específica para cantores, escritores a sério, etc... Afinal de contas, quem é que se colecta preenchendo “outros artistas” naquele campo que diz actividade? Certamente que estamos a falar de palhaços, trapezistas, ventríloquos, ilusionistas e suas “parteners”, homens-estátua, “drag-queens”, travestis (daqueles que fazem “playback” em cabarés), ou até azeiteiros (se mergulharmos o conceito num significado ainda mais pejorativo). Por causa dos gajos das Finanças acho que estou no mesmo bote que a malta supracitada. Resta-me o consolo de poder pôr a quantia a receber num espaço que diz “propriedade intelectual”... Soube há pouco que tinha uma, e ainda há menos tempo que esta me podia dar dinheiro.
Boa noite e até logo.
Pelo caminho, enquanto reflectia sobre o estado da arte em Portugal e a falta de apoios por parte do Ministério da Cultura a talentos como EU (a presunção e a letra maiúscula são justificáveis já que adquiri recentemente personalidade e, o consequente, ego de artista), imaginei quem seriam os meus companheiros de ramo profissional. Partindo do princípio de que nos impressos das Finanças existe uma descrição específica para cantores, escritores a sério, etc... Afinal de contas, quem é que se colecta preenchendo “outros artistas” naquele campo que diz actividade? Certamente que estamos a falar de palhaços, trapezistas, ventríloquos, ilusionistas e suas “parteners”, homens-estátua, “drag-queens”, travestis (daqueles que fazem “playback” em cabarés), ou até azeiteiros (se mergulharmos o conceito num significado ainda mais pejorativo). Por causa dos gajos das Finanças acho que estou no mesmo bote que a malta supracitada. Resta-me o consolo de poder pôr a quantia a receber num espaço que diz “propriedade intelectual”... Soube há pouco que tinha uma, e ainda há menos tempo que esta me podia dar dinheiro.
Boa noite e até logo.
2 comentários:
Gostei muito do vosso blog e sei que vocês também não... Aquele abraço em directo e exclusivo - ao vivo e a cores - de Berlim. Beijinhos pras meninas.
Obrigadinho, Miguel. E já agora um abraço para Berlim, onde te encontras ao serviço de Joseph Blatter (há quem diga que estás num escritório ao lado dele). Se puderes traz-me uma bola dessas daí...
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