segunda-feira, abril 04, 2011

É favor de apagar a Luz



A "hora do planeta", em que deixaram uma série de monumentos mundiais às escuras em nome da sensibilização para a escassez de recursos, foi há uns cinco dias, mas pelos vistos houve quem se quisesse associar a esta iniciativa com algum atraso.

Esta coisa de o Benfica apagar os holofotes e ligar o sistema de rega na hora dos festejos do título do FCP é de uma total incongruência em termos de preocupações economico-ambientais: O que por um lado se poupou na conta da luz, gastou-se por outro na conta da água.

domingo, abril 18, 2010

Ga(r)y Neville



Eu ainda sou do tempo em que o futebol britânico tinha jogadores desdentados (tipo o irlandês Tony Cascarino), daquele “kick and rush” pródigo em bruta-montes dos vilões tipo Vinnie Jones, que até vídeos faziam onde ensinavam a dar um enxerto de porrada aos adversários. Esses sim, eram os tempos em que dos adeptos etiquetavam de homossexual o Graeme Le Saux (ex-lateral esquerdo do Chelsea) só por ele dizer que gostava muito de arte, de museus e tal; ou em que qualquer adepto que se “esticasse no bife” tinha boas probabilidades de ser brindado na bancada com uma generosa patada "à Cantona". Hoje em dia, o futebol britânico é cada vez menos um desporto de homens. Culpa de quem? Do Manchester United. Muito provavelmente através do Alex Ferguson, que, se fosse um escocês a sério, daqueles que andam de "kilt" sem nada por baixo, não permitiria que naquele balneário de Old Trafford se formassem os dois maiores exemplos de metrossexualidade que o futebol já viu… Beckham e Cristiano Ronaldo. Claro, eles encararam aquilo de rapar os pelos e fazer as sobrancelhas como uma coisa natural, e agora já ninguém estranha isto: Ga(r)y Neville e Paul (Sc)holes, duas figuras do clube, acabaram de dar um beijo em público no último jogo. Tá bonito, tá… O próximo passo será aproveitarem o nome “Red Devils” para baptizar um bar LGBT nas imediações do estádio.

segunda-feira, março 01, 2010

Os ilustres irmãos Castro

Grimm, Karamazov, Coen, Marx, Metralha, Anjos... O mundo das artes destacou ao longo dos tempos vários irmãos famosos. O desporto e a política não lhe ficam atrás. Afinal, que dupla de "irmãos Castro" vai pontificar nos livros de história dentro de algumas décadas? Os que se equipavam de verde-e-branco sportinguista e que davam um beijinho ao cortarem de mão dada a meta no Crosse das Amendoeiras em Flor ou os que se equipam de verde tropa e que abraçaram a grande revolução socialista do ocidente?



sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Previsão meteorológica


Hoje há Sol em todo o país...

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Uma Luz ao fundo do túnel

Pelo que se tem lido nos jornais - à excepção da "Bíblia do desporto", que rasura estas passagens para não pôr em causa a devoção dos seus fiéis - houve lá para baixo uns iluminados que engendraram uma armadilha naquele que já ultrapassou o do Marquês como mais famoso túnel da capital. Digamos que o túnel do Estádio da Luz não é o local ideal para dar um passeio ao fim da tarde e ver de perto a águia Vitória a treinar, morfando um bife colocado pelo seu tratador em cima de uma roda de bicicleta a que chamam emblema - esse lindíssimo espectáculo animal, que só tem paralelo com o show de focas do Zoomarine e a domação dos leões da Abissínia no Circo Cardinali. Se me dessem a escolher, continuaria a sentir-me mais seguro num périplo pelo bairro do Aleixo. E porquê? Porque, apesar das câmaras e seguranças, falta ao túnel da Luz a translucidez, por exemplo, do balneário de Alvalade. Senão, reparem: enquanto as agressões na Luz demoram mais de um ano e meio a serem conhecidas, as de Alvalade chegam ao domínio público ao fim de dez minutos. Ah... É nisso que o Sporting é um clube diferente! Nisso e na discrição, própria dos bons modos de um clube fundado por um visconde, com que, quando toca a agredir, respeitam hierarquias (o director dá sempre primeiro) e o fazem no seio do grupo, sem arrastarem para a contenda seguranças e elementos de outras equipas, que naturalmente não se sabem esmurrar com o mesmo esforço, dedicação, devoção e glória.


P.S.: Apesar do grave problema com a língua portuguesa, Jorge Jesus revela grande destreza pelo menos numa das mãos. No mesmo jogo (Benfica-Nacional) ergueu quatro dedos para o técnico dos madeirenses Manuel Machado e colocou dois na cara da estrela da equipa forasteira Ruben Micael. Só faltaria dizerem que nessa mesma partida, e com apenas três dedos, ele explicara a Javi García, Ramires, Di María e Aimar como fazerem um quadrado...

Até logo.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Em quem bateria?

Fiquei agora à tarde sem bateria no carro na bomba BP da Avenida de Gaia. O mecânico da rua ao lado emprestou-me uns cabos, mediante caução: tive de deixar um cartão meu como garantia, contou-me ele que, das últimas duas vezes que emprestou os cabos a aflitos, ficou sem eles - é reconfortante ver como um aflito se converte num Chico-esperto, que é o modo mais "soft" de dizer num filho da puta, assim que vê o seu problema resolvido.
Resolvido este primeiro problema, havia que encontrar algum camarada que se dispusesse a passar carga da bateria do seu carro para a do meu. Coisa de 30 segundos, um minuto, vá, talvez. Os dois primeiros que interpelei escusaram-se a ajudar. Razões plausíveis tinham ambos: o primeiro tinha de entregar o carro à mulher, o segundo, num furgão, ia acartar umas caixas com não sei quê. E eis que chegou um carro de um magrebino para abastecer; mal me dirigi a ele dispôs-se logo ajudar e nem me deixou acabar a frase "Eh pá, veja lá se me dá aqui uma ajudinha e tal..."
Resumindo, em jeito de moral da história, aqui fica a minha posição sobre, por exemplo, temas como a imigração. Acho que a cidadania portuguesa e o direito de permanência no país devem ser concedidos a quem os queira e, sobretudo, esteja disposto a ajudar o seu concidadão, e não apenas pertencer por direito a um egoísta qualquer que tenha tido a sorte de nascer neste rectângulo plantado nas bordas da Velha Europa. Um absurdo? Talvez. Para mim, é um critério: Português ou não, gajo que não me ajudasse a carregar a bateria do carro devia de levar um biqueiro nos cornos e só parar no meio do Sahara.

Cai neve em Nova... Sintra (música adaptada de José Cid)

Finalmente a resposta ao gamanço que nos fizeram ao levarem a RedBull Air Race para Lisboa. Nevou no Porto. E em Lisboa? Apenas aguaceiros. Peguem lá! Embrulhem! Sem qualquer comparticipação do Turismo de Portugal conseguimos atrair outra mais-valia em termos de projecção da cidade. Neve. Quatro letras, uma palavra, todas as vantagens: é barata, abre telejornais mundo afora (pelo menos o da RTPinternacional) e atrai turistas, ao contrário da chuva, que os afasta.
Agora, é continuar assim e aumentar as remessas; estarmos a uns flocos de nos candidatarmos umas Olimpíadas de Inverno. A não ser que venham aí uns camiões frigoríficos para acartar as farripas que caíram no Porto e em Gaia e levarem para junto da Torre de Belém, alegando que lá há mais espaço.

P.S.: Agora, sinceramente, ninguém me tira da cabeça que esta coisa de nevar precisamente neste fim-de-semana é sacanagem contra a minha pessoa por parte de um tal de Pedro, um meteorologista que se diz santo por ser melhor que o Anthimio de Azevedo. Passo todo o ano no Porto e vai nevar no exacto momento em que me ausento no estrangeiro para, dando a volta a tudo e todos, comemorar a passagem de ano com uma semana de atraso.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Al(g)arvidades

Pensei que seria impossível uma região cair e recair no ridículo em duas semanas consecutivas. Enganei-me. O Algarve, não contente por já estar lá em baixo onde já se apanha aquela aragem africana, decidiu bater no fundo, por duas vezes. Talvez fosse a aquela velha rivalidade sotavento-barlavento que originou este campeonato de estupidez.
Recapitulando: na última semana, quando quase todos nós já nos tínhamos esquecido de que se trata da terra do Zezé Camarinha e estávamos, vá lá, a olhar para algum respeito para a cidade, apareceu Portimão, toda lampeira, a surpreender tudo e todos. Com quê? Com um agrupamento de funcionários públicos em estilo Live 8 a cantarem uma ode à sua profissão, uma lindíssima versão de We Are The World, com um ligeiríssimo problema de métrica (ver vídeo). Vale a pena ver de novo: o “clip” começa com um gajo que deve ter um carro quitado, com uma lontra ao lado, e prossegue com um imitador do Toni (o do Benfica, claro está) acompanhado pelo clone algarvio do Roberto Carlos.
O problema é que, uma semana depois, surge Faro, a puxar os galões de capital de distrito e toma a liderança da Liga da imbecilidade do Algarve. Ainda não estava refeito da eleição de Macário Correia, e Faro voltou a surpreender-me. Desta vez, a ideia prodigiosa para ocupar aquele estádio que custou 60 milhões e serve de palco às finais da Taça da Liga foi aquela velha tradição portuguesa: Guinness, claro está. Não a cerveja irlandesa em que a espuma anda ao contrário - dessa, os algarvios já estão fartos de servir aos camones -, é mesmo o livro. Pelo menos, desta vez, foi um recorde a sério. Uma coisa que nos faltava para nos orgulhar a todos enquanto povo. Depois da maior boroa do mundo, do maior pote de ferro, da maior feijoada, da maior bôla de carne e do maior gambuzino malhado arraçado de piopardo, eis que Faro se lembrou de fazer uma coisa como deve de ser: o maior derrube de dominós humanos em colchões. Acho de desde a passada terça ou quarta-feira somos os melhores do mundo a fazer isso. E Faro deve estar toda orgulhosa, agora que venceu os Zé Cabras portimonenses metidos a Geldofs de vão de escada. Faro é agora, oficialmente, a cidade com mais atrasados mentais por metro quadrado. Ninguém ponha mão nisto e daqui por uns tempos que venha a associação de hotelaria do Algarve dizer que as camas têm taxas de ocupação muito baixas. Pudera! Os colchões são para andar a brincar aos recordes.