quarta-feira, janeiro 27, 2010

Uma Luz ao fundo do túnel

Pelo que se tem lido nos jornais - à excepção da "Bíblia do desporto", que rasura estas passagens para não pôr em causa a devoção dos seus fiéis - houve lá para baixo uns iluminados que engendraram uma armadilha naquele que já ultrapassou o do Marquês como mais famoso túnel da capital. Digamos que o túnel do Estádio da Luz não é o local ideal para dar um passeio ao fim da tarde e ver de perto a águia Vitória a treinar, morfando um bife colocado pelo seu tratador em cima de uma roda de bicicleta a que chamam emblema - esse lindíssimo espectáculo animal, que só tem paralelo com o show de focas do Zoomarine e a domação dos leões da Abissínia no Circo Cardinali. Se me dessem a escolher, continuaria a sentir-me mais seguro num périplo pelo bairro do Aleixo. E porquê? Porque, apesar das câmaras e seguranças, falta ao túnel da Luz a translucidez, por exemplo, do balneário de Alvalade. Senão, reparem: enquanto as agressões na Luz demoram mais de um ano e meio a serem conhecidas, as de Alvalade chegam ao domínio público ao fim de dez minutos. Ah... É nisso que o Sporting é um clube diferente! Nisso e na discrição, própria dos bons modos de um clube fundado por um visconde, com que, quando toca a agredir, respeitam hierarquias (o director dá sempre primeiro) e o fazem no seio do grupo, sem arrastarem para a contenda seguranças e elementos de outras equipas, que naturalmente não se sabem esmurrar com o mesmo esforço, dedicação, devoção e glória.


P.S.: Apesar do grave problema com a língua portuguesa, Jorge Jesus revela grande destreza pelo menos numa das mãos. No mesmo jogo (Benfica-Nacional) ergueu quatro dedos para o técnico dos madeirenses Manuel Machado e colocou dois na cara da estrela da equipa forasteira Ruben Micael. Só faltaria dizerem que nessa mesma partida, e com apenas três dedos, ele explicara a Javi García, Ramires, Di María e Aimar como fazerem um quadrado...

Até logo.

2 comentários:

Humberto Almendra disse...

Ou um túnel ao fundo da Luz?? Bem no Aleixo, tirando as seringas e as pistolas é bem mais pacífico. Até porque no túnel o pessoal costuma ter mais cabedal e em vez de navalhas nas mãos, andam com espetos nos pés. Para uma luta justa, só mesmo com os Eduardos. Claro, os mãos de tesoura!Até podia brincar ao melhor de cinco com os jogadores benfiquistas. É que ao melhor de onze tá sabido! Ou sabidola! Ou Sabiola.

Patapon disse...

Sabidola vs. Eduardo, mãos de tesouro. Este sim, devia de ser o próximo "round". De acordo, grande Humberto?