Fiquei agora à tarde sem bateria no carro na bomba BP da Avenida de Gaia. O mecânico da rua ao lado emprestou-me uns cabos, mediante caução: tive de deixar um cartão meu como garantia, contou-me ele que, das últimas duas vezes que emprestou os cabos a aflitos, ficou sem eles - é reconfortante ver como um aflito se converte num Chico-esperto, que é o modo mais "soft" de dizer num filho da puta, assim que vê o seu problema resolvido.
Resolvido este primeiro problema, havia que encontrar algum camarada que se dispusesse a passar carga da bateria do seu carro para a do meu. Coisa de 30 segundos, um minuto, vá, talvez. Os dois primeiros que interpelei escusaram-se a ajudar. Razões plausíveis tinham ambos: o primeiro tinha de entregar o carro à mulher, o segundo, num furgão, ia acartar umas caixas com não sei quê. E eis que chegou um carro de um magrebino para abastecer; mal me dirigi a ele dispôs-se logo ajudar e nem me deixou acabar a frase "Eh pá, veja lá se me dá aqui uma ajudinha e tal..."
Resumindo, em jeito de moral da história, aqui fica a minha posição sobre, por exemplo, temas como a imigração. Acho que a cidadania portuguesa e o direito de permanência no país devem ser concedidos a quem os queira e, sobretudo, esteja disposto a ajudar o seu concidadão, e não apenas pertencer por direito a um egoísta qualquer que tenha tido a sorte de nascer neste rectângulo plantado nas bordas da Velha Europa. Um absurdo? Talvez. Para mim, é um critério: Português ou não, gajo que não me ajudasse a carregar a bateria do carro devia de levar um biqueiro nos cornos e só parar no meio do Sahara.
segunda-feira, janeiro 11, 2010
Em quem bateria?
Publicada por Patapon à(s) 19:42
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