A voz de todos nós

Finalmente alguém tocou com o dedo na ferida. Já não era sem tempo! Depois de muitos rodeios foi preciso colocar um microfone à frente do auto-intitulado Visconde da Apúlia para perceber muita da putrefacção imoral que grassa no seio do futebol português. Com a advertência “ao longo da déca sernos purjdicados sov árvitagem” o prelector levanta o véu sobre um mundo de sombras, de esquemas e decisões de contornos pouco claros, naturalmente lesivos para o emblema do seu coração. As acusações não se detêm, uma vez que, certamente encorajado pelo seu título nobiliárquico, o Visconde avança sobre as represálias e denuncia a intervenção de uma determinada “vaina” com cães de raça “puitibulle”, que pelo nome devem ter pedigree francês.
É portanto perfeitamente justificável a vernácula indignação perante a actividade de um jogo, sobretudo quando não “amostram o expulsamento do guarda-redes do Apúlia…” Fazem pois falta a este povo de gema alívios de espírito como aqueles que saem desentranhados da consciência de alguém que ousa dizer o que pensa. Em suma, o Visconde verbalizou acerca do que muitos de nós já reflectimos mas jamais disséramos. Ou não concordamos todos que é o esquilo que devora a pinha verde?

Até logo e bem haja à vossa felicidade.